Palma
Uma jovem, perturbada com a morte da mãe, faz o seu processo de luto, procurando refúgio no estudo e observação de ritos fúnebres. À medida que o luto e a aceitação da morte permeia o seu universo interior, Sara descobre-se.
Data
2022
Função
Argumento e Realização
“Palma” irrompe de uma vontade pessoal de dialogar sobre a morte e o luto, o inconsciente e o indizível. Caminhando ao lado da personagem principal, Sara, vemos o processo individual do luto, da perda e de como esta personagem lida com este vazio deixado pela morte da mãe.
Através do percurso iniciático da protagonista, vão-se introduzindo diferentes níveis de abordagem do tema: a espiritualidade servida pelo esoterismo, os ritos cristãos de relação com a morte contaminados por tradições pagãs mais antigas.
Quis resgatar o universo destes rituais ancestrais que entretanto se foram perdendo e que remetem para uma dimensão quase surrealista de tão inusitados: as pessoas pernoitam no chão na casa do defunto, parecendo figuras sem vida; aquando da preparação para o funeral, falam directamente com a defunta como se estivesse viva.
A dimensão mais surreal de “Palma” é uma escolha narrativa que se concilia com uma forma de encarar a arte como objecto de questionamento da realidade. Através de metáforas, os aspectos surreais provocam nos espectadores surpresa ao juntar os dois mundos, o real e o irreal. Forma-se a metáfora o que leva a repensar a própria realidade.
As mãos destacam-se como tema estético e narrativo. Vemos Sara atravessando o luto, à procura de respostas pela quiromancia ou leitura das mãos. Durante este processo interior, há uma noção da própria mortalidade que Sara procura obliterar pelo uso de luvas ou raspando a palma da sua mão.
Apesar da atmosfera penosa e lúgubre, “Palma” revela também o lado insólito e até tragico-cómico da morte com a introdução das carpideiras. Uma ocupação, hoje extinta, em que as intervenientes eram pagas para fazer o luto. Este momento encenado, é uma satirização deste rito, em que é revelado, pela glorificação do defunto, uma distinção exagerada feita através da morte e não da vida.
A presença do Entrudo (monstros pagãos na floresta) e das suas manifestações profanas dentro do imaginário popular captam o medo de Sara, mas também já há aqui algo de libertador que Sara transfere para a corrida na praia e depois para a biblioteca.
Em “Palma” há um rito de passagem como se traduz no último plano em que vemos a cara de Sara vendo a palma da sua mão e tudo o que nela contém, inclusive a escuridão.
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French Academy Awards
Nominated for the Césars Awards, France, 2020
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Greenwich Village Film Festival
Best Short Animation Award, USA, 2019
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Palm Springs International ShortFest
Audience Award, USA, 2019
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ADF – Autores de Fotografía Cinematográfica
Best Photography, Argentina, 2019
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Flickerfest - international Short Film Festivalm
SAE Creative Media Institute Award for Best use of Digital Technology in a Short Film, Australia, 2019
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Portuguese Cinema Academy
Sophia Awards, Best Short Film Animation, Portugal, 2019
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Monstra Festival - Portuguese Competition SPAutores
Audience Award - Portuguese Competition, Portugal, 2019
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As iFF Spring, USA
Best Cinematography, Best Animation, Best Score, USA, 2019
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LIsFE - Leiden International Short Film Experience
General Award, Netherlands, 2019
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Fastnet Film Festival
Best Original Music, Best Cinematography, Ireland, 2019
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Festival Stop Motion Montreal
Best Independent Film, Canada, 2019
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KuanDu International Animation Festival
Best Original Score, Taiwan, 2019
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Animafest - World Festival of Animated Films Zagreb
Audience Award, Croatia, 2018
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Curtas Vila do Conde International Film Festival
Public Award, Portugal, 2018
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Hiroshima International Animation Festival
Special Jury Prize, Japan, 2018
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Montpellier International Festival of Mediterranean Film
Young Jury Award, France, 2018
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Caminhos do Cinema Português
Best Animation Award, Honourable Mention From the Press, Portugal, 2018
Elenco: Sara Mafalda Banquart, Padre Paulo Calatré, Nicolau Vasco Temudo, D. Olinda Arlete dos Santos, Madalena Sara Costa, Carcereira Patrícia Queirós
Realizadora e Argumentista: Mónica Santos
Diretor de Fotografia: Manuel Pinto Barros
Direção de Arte: Carina Gaspar
Assistente de Arte: Ana Meleiro
Maquilhagem e Cabelo: Francisca Sobral
Assistentes: Miguel Teixeira, Maria Simões, Catarina Nogueira
Figurinos: Fictional Tailors, Letícia Santos
Primeira Assistente de Realização: Maria João Matos Silva
Anotadora/Back-up: Rita Ramo
Diretor de Som: Luís Silveira
1º Assistente de Imagem: Tiago Faria
Estagiário de Imagem: Ricardo Lúcio
Chefe Eletricista: Jacobo Martinez
Chefe Maquinista: Marco De Oliveira
Maquinista: Mário Sousa
Directora de Produção: Teresa Amaral
Coordenador de Produção: Alexandre Maurício
Chefe de Produção: João Santana
Secretária de Produção: Ana Balbi
1ª Assistente de Produção: Adelaide Megre
Coordenação de Pós-Produção: Carlos Madaleno
Produtor de Finalização: Alexandre Maurício
Montagem: Pedro Magano
Montagem Adicional: Rita Pestana
Assistentes de Montagem: Maria Eiriz, Madalena Alpoim
Desenho de Som: Gernot Fuhrmann
Artistas Foleys: Peter Burgis, Franziska Treutler
Montagem: Maxwell Macrae
Assistente de montagem: Khira Li Lindemann
Mistura: Albrecht Ihlenburg
Efeitos Especiais: Jorge Carvalho
Design Gráfico: Mónica Santos
Correção de Cor: Marco Amaral
Estúdio de Foleys: Produtores de Foley
Estúdio de Correção de Cor: A Cor Amarela
Tradução para Língua Inglesa: Sara David Lopes
Música Original: Pedro Marques
Tesouraria e Controlo Orçamental: Luís Jorge
Relações Institucionais: Sandra Paulo
Promoção: Ana Manana
Assistente de Desenvolvimento de Projectos: Martim Baginha Cardoso
Contabilidade: Paula Morais
Produzido por: Pandora Da Cunha Telles, Pablo Iraola, Ukbar Filmes
Com o apoio financeiro de: ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual / Ministério da Cultura, RTP – Rádio e Televisão de Portugal